quarta-feira, outubro 24, 2007

O sentido de número e as crianças

Muitos adultos não têm o sentido de número, ou seja, não compreendem o seu significado, a que se referem, tendo simplesmente uma vaga ideia de como são usados. No entanto um dos principais temas da matemática desde o jardim-de-infância até ao oitavo ano de escolaridade deve ser o de desenvolver o sentido de número, incluindo o uso efectivo e a compreensão dos números em aplicações tal como noutros contextos matemáticos.

As pessoas com sentido de número percebem facilmente as relações numéricas e os seus vários significados, sentem-se confortáveis e confiantes com números sabendo usa-los e interpreta-los de modo a fazerem sentido.

É importante que se comece a desenvolver desde cedo (aquando as ideias fundamentais podem ser adquiridas dentro de uma estrutura de utilização e aplicação) o sentido de número, para que as crianças percebam que os números não existem só nos livros e são importantes para fazer cálculos, mas também são utilizados em muitas outras formas que não envolvem o cálculo, como por exemplo a localização, a ordenação, a identificação, a medição e a estimação. É importante que as crianças aprendam a observar e a consciencializar-se de como os números são utilizados.

Como exemplo da utilização de números e do sentido de número na localização, podemos pedir ás crianças para, numa ida a um auditório, se sentarem nos respectivos lugares. Com isto as crianças aperceber-se-ão que os números dos lugares estão ordenados consecutivamente, ou seja, de um lado estava ordenados os números pares e de outros os números impares. Este conceito leva-nos ao conceito de ordenação (os números são utilizados para estabelecer uma certa ordem em muitos lugares e essa ordem está sempre dependente do critério utilizado). Para se explicar este conceito ás crianças poderemos fazer com que o(a) educador(a)/ professor(a) alinhe as crianças por ordem de alturas e depois por ordem alfabética e mostrar-lhes que não ficam pela mesma ordem.

Outro dos conceitos importantes a ensinar para a desenvolver o sentido de número é o conceito de identificação. Os números funcionam também como meios de identificação. Pode-se pedir ás crianças para identificarem o número da porta de sua casa, para escreverem os números de telefone de casa, do pai ou da mãe, o número de dentes que tem, a hora de deitar e levantar, a sua altura e o seu peso, por exemplo. Ao pedirmos á criança a sua altura e o seu peso encontramo-nos já a trabalhar com a acriança o conceito de medição. Outras medidas que as crianças utilizam são as de tempo e de comprimento ou distância.

O sentido do número nas crianças pode mais tarde ser reforçado com experiências de interpretar dos números. É importante que as crianças aprendam a interpretar números logo nos primeiros anos de modo que tenham bases firmes para futuras aprendizagens.
Outro conceito muito importante é o de estimação. Nunca é demasiado cedo para as crianças saberem que a matemática não é sempre exacta e que nem sempre existem respostas certas. Por vezes basta uma simples aproximação dos resultados. Depois do conceito de medição estar desenvolvido, as crianças já estão familiarizadas com o metro, então poderemos perguntar-lhes, por exemplo, se acha que um menino do primeiro ano tem 2 metros. A criança não necessita saber quanto mede a outra criança, mas saberá dizer que não tem dois metros.

Um outro aspecto da estimação é a capacidade para reconhecer quando os números são razoáveis e fazem sentido. O(a) educador(a) deverá ajudar as crianças a pensar sobre as coisas e a perceber que se com, por exemplo, 10 blocos de lego são suficientes para construir uma casa, 100 blocos são suficientes para construir duas casas e uma escola e com 1000 blocos se pode construir uma cidade pequena. Cada alteração na ordem de grandeza do número de blocos torna possível fazer coisas diferentes. As crianças precisam de trabalhar com alterações na ordem de grandeza dos números. O(a) educador(a) deve ajudar as crianças a ver a diferença de utilização entre os números 1, 10, 100, 1000, … e que é a ordem de grandeza do número que determina o seu uso apropriado.

Os resultados do National Assessment of Educational Progress (NAEP) indicam que as capacidades matemáticas se desenvolvem ao longo de um grande período de tempo. Experiências de interpretação de números deveriam ser parte integrante de cada aula de matemática, pois um dos resultados do NAEP indica que a maioria dos alunos fazem os cálculos correctamente mas não sabem como interpretar a resposta. Os (as) educadores(as) nos primeiros níveis de ensino deveriam aproveitar todas as oportunidades para levar as crianças a pensar sobre os números num calculo e na forma como eles devem ser interpretados. O educador deve seleccionar exemplos segundo o nível de sofisticação das crianças de modo que todas as crianças possam ver como é que o mesmo cálculo pode ser aplicado em muitos problemas diferentes.

Nunca é cedo demais para aprender que a natureza do problema determina qual deve ser a interpretação razoável dos resultados.

terça-feira, outubro 23, 2007

A Medicina e a Odontologia Do Sono Com Saliva Artificial e Aparelho Oral

As áreas urbanas modernas crescem caoticamente e é comum devastar as áreas verdes, cortar as árvores, e o não reflorestamento urbano ou das áreas rurais, o que aumenta a poluição e diminui drasticamente a umidade do ar, que agrava as alergias respiratórias obstrutivas crônicas nos seres humanos, sem levar em conta o impacto das indústrias e veículos poluentes, queimadas, etc.

O Ar poluído, Seco, frio, causa grande desconforto devido complicações dos Distúrbios Respiratórios Obstrutivos do Sono, respiração Bucal, rinite crônica, sinusites, bruxismo, roncos, voz rouca, Apnéia Obstrutiva do Sono, depressão pela má oxigenação cerebral e sono não reparador, pesadelos com morte devida obstruções respiratórias, taquicardias e hipertensão noturna e sistêmica.

O Ronco é o som causado pela respiração bucal e a vibração do palato mole e úvula, e quem ronca têm a boca seca e despertar para tomar água o que fragmenta o sono.

A Apnéia Obstrutiva do Sono (SAOS) é causada por colapsos entre a língua e retrofaringe, palato mole e retrofaringe, obstrução respiratória durante o sono, despertares e sono não reparador. O sintoma principal da apnéia obstrutiva do sono é o Ronco habitual noturno associado com períodos de silêncio, obstrução, e sonolência excessiva diurna. A apnéia do sono se manifesta em todas as faixas etárias em ambos os sexos porém é mais comum em homens.

A SAOS causa dessaturação do oxigênio no sangue devido às hipóxias que é a cessação da respiração durante 10 segundos ou mais, por várias vezes por hora durante o sono. A Apnéia Obstrutiva do Sono ocorre em 0,7% a 4% das crianças e pode causar fragmentação da respiração e do sono e déficit de Atenção e Hiperatividade, perda de qualidade de vida e atenção durante o dia, déficit de hormônios de crescimento, fazer xixi na cama, transpiração noturna dificuldade em controlar a temperatura corporal.

A Energia Vital do ser humano é favorecida pela qualidade da respiração, que oxigena as células e propicia sono reparador e melhor qualidade de vida.

Saliva artificial e Aparelho Oral para Ronco Apnéia do Sono

A Saliva artificial lubrifica e protege a mucosa bucal é vendida em farmácia e também manipulada, traz grande conforto para os respiradores bucais, roncadores e apnéicos e diminui os despertares noturnos e insônia. Pode ser usada durante o dia e a noite, pois ar condicionado, o ar com baixa umidade e seco “rouba” umidade da mucosa oral durante a respiração bucal, inflama as mucosas e as cordas vocais, o que pode tornar a voz rouca pela sensação da garganta seca e áspera.

Deve ser usada por 4 vezes ao dia, antes de dormir, e se acordar para tomar água e depois usar jatos de saliva artificial, que sozinha ou em conjunto com o aparelho oral amenizará os efeitos da garganta seca.

A Saliva artificial junto ao aparelho oral de Albertini que estimula a respiração nasal durante o sono, e mantêm a musculatura na posição de descanso e lábios vedados, assim como preservando e ampliando os espaços respiratórios e recolocar o aparelho oral devido à má posição lingual.

Albertini; Reimão (2002) O aparelho Oral com estímulo exteroceptivo de Laura, forma uma válvula lingual e estimula o fluxo pela passagem aérea nasofaringe junto aos tratamentos médicos da obstrução nasal.

Pediatras, otorrinolaringologistas, homeopatas, neurologistas, psiquiatras, psicólogos, neuropsicólogos, fonoaudiólogos, educadores, odontopediatras, precisam observar as atresias dos maxilares, respiração bucal e sonolência diurna e suspeitar dos distúrbios obstrutivos do sono, encaminhar ao dentista para ortopedia funcional dos maxilares, evitar extrações e apinhamentos dentais.

Prevenir é indicar precocemente ao dentista do respirador oral e sono, para adequar a língua, a válvula lingual dentro do vazio dos maxilares e se preciso expandi-los, com intuito de melhorar a respiração nasal e preservar a umidade bucal para proteger as mucosas do ar seco. Inflamações crônicas da garganta, amídalas, língua, palato mole, úvula retrofaringe aumenta o volume das mucosas em 30% devido fluido inflamatório.

A intervenção Odontológica vem sendo de grande interesse multidisciplinar aos médicos que tratam pacientes com distúrbios obstrutivos respiratórios do Sono. Os Dispositivos de Albertini, de Planas, Simões, Maurício, podem ser utilizados para prevenção e tratamento do Bruxismo, atresias dos maxilares, respirador bucal, Ronco e Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono.

A telerradiografia norma lateral, antes e depois com traçado de Macnamara mostra e mede as mucosas intraorais como palato mole, língua, e Albertini estimula a postura da ponta lingual relacionando-se com a papila incisiva, preservando o espaço vazio na naso-oro-faringe desinflamando-o apenas com a respiração nasal e umidade oral.

Paciente tratada por Albertini *Antes: Fig I






Depois Fig.2

Neste caso, paciente BF sexo feminino, 70 anos de idade usou aparelho oral de Albertini com estimulo exteroceptor de Laura que estimula a respiração nasal e desinflamação das mucosas intraorais, saliva artificial para tratamento da cefaléia ligada Articulação temporo mandibular, insônia.

As áreas Obstrutivas e inflamadas:Classificação modificada das VAS, com base na estrutura anatômica. Tipo I (faríngea superior) inclui palato, úvula e tonsilas; tipo II (combinado); tipo III (base de língua, supraglote e hipofaringe. B. Tucker Woodson, MD .


Bibliografia:

Albertini, Reimão.Avanços em Medicina do Sono; Reimão org; edit APM; 349-60; 2001.

Enlow. Crescimento Facial, 3a.ed.; edit. Artes Médicas, 554 págs.;1993.

Planas. Reabilitação Neuroclusal; 2a.ed. edit. MEDSI; 355 págs.;1987.

Simões, Wilma A; Ortopedia Funcional dos maxilares, 3ª ed. Artes Medicas; 2003.

Woodson; in Ronco e Apnéia do Sono org José A.Pinto; cap.7;Reinventer;2000.


Artigo gentilmente fornecido ao Blog do Conhecimento por Drª Rosana Albertini

Distúrbios Alimentares

O termo distúrbios alimentares refere-se a distúrbios psicológicos caracterizados por graves anomalias no comportamento de ingestão. Os mais conhecidos são a anorexia e a bulimia nervosas (Raich, 2001). De acordo com Department of Health and Human Services, estes distúrbios envolvem sérias perturbações no comportamento de ingestão tais como extrema redução de ingestão ou sobre ingestão severa associadas a sentimentos de stress e preocupação excessiva sobre forma corporal e peso.
Muitas pessoas preocupam-se acerca de quanto e o que comem de tal forma que certos indivíduos têm uma preocupação mórbida acerca da sua imagem corporal e avaliam-se de acordo com a sua magreza (Bouça, Sampaio, 2002). Esta forma de ameaça de morte psicopatológica deve ser distinguida de outras causas de perda de apetite e de peso (Cameron, Bloyde e Davis, 2004).
Este tipo de distúrbios afecta muito mais as mulheres (especialmente jovens) de que os homens; são mais frequentes em sociedades onde há abundância de comida e cuja cultura enfatiza a magreza (Raich, 2001; Department of Health and Human Services) e cujo estilo de vida enfatiza o sedentarismo (Wilhelm e Clarke, data).
Estes distúrbios podem associar-se com psicopatologias graves (tais como depressão, abuso de substâncias e perturbações de ansiedade) e interferir no funcionamento normal da vida a nível laborar, social e de estudo (Raich, 2001; Department of Health and Human Services).
Estes problemas geralmente apresentam as suas primeiras manifestações na infância e na adolescência e podem ser divididos, de acordo com Appolinário e Claudino (2000), em dois grupos: os que ocorrem precocemente na infância e que representam alterações da relação da criança com a alimentação e os que aparecm mais tardiamente onde se enquadram os transtornos propriamente ditos, mormente a anorexia e a bulimia nervosas.
As pessoas que padecem deste tipo de desordem geralmente experimentam um vasto leque de complicações físicas das quais são exemplo problemas cardíacos, lanugo e osteoporose. As complicações físicas inerentes a estas doenças podem levar à morte (Bouça e Sampaio, 2002).
As doenças do comportamento alimentar são as terceiras mais comuns entre as raparigas adolescentes, a seguir à asma e obesidade, segundo Wilhelm e Clarke (data) e, muito frequentemente, não são consideradas como um problema pelo paciente. Estes mesmos autores referem que os distúrbios do comportamento alimentar englobam os que fazem dieta, que recusam comer mesmo quando têm fome, e aquelas que comem mesmo quando não têm fome.
A adolescência envolve um leque de desenvolvimentos que têm um impacto no comportamento alimentar, como sejam a puberdade, a mudança da forma corporale novos sentimentos sexuais (Wilhelm e Clarke, data). A puberdade está associada com um ganho de peso considerável e esta alteração ocorre num contexto cultural que exalta um ideal de beleza feminino de magreza extrema (Johnson, Roberts e Worell, 1999).
Os ideais de magreza aceites socialmente e perpetuados pelos media fornecem uma representação distorcida do auto-controlo, magreza e da atractividade física. As jovens experienciam, desta forma, stress relacionado com as expectativas sociais, a que também os rapazes não são alheios (Wilhelm e Clarke, data; Saikali, Soubhia, Scalfaro e Cordas, 2004; Levine, Smolak Hayden, 1994).
Wilhelm e Clarke (data) referem como factores de risco para desenvolver uma perturbação alimentar: ser do sexo feminino, ter vulnerabilidade genética, história familiar de perturbação psiquiátrica, obesidade pré-mórbida, estilo perfeccionista e um pouco obsessivo, família e sistemas sociais disfuncionais, perturbação obsessivo-compulsivo, personalidade borderline e história prévia de abuso sexual. Os precipitantes poderão ser comentários sobre a forma corporal ou diminuição da auto-estima. Hewitt, Flett e Ediger (1995) referem que o perfeccionismo pode contribuir para a emergência de uma perturbação da alimentação uma vez que transformando uma imperfeição normal em algo mais traumático ou fazendo com que se avalie um corpo normal como um sinal de imperfeição.
As mulheres podem encarar o comer como uma estratégia de coping para com sentimentos desconfortáveis e Hooker e Convisser (1983) referem algumas das razões explicativas: evitar assuntos difíceis escapando da realidade, para se acalmarem e relaxarem ou se sentirem confortadas, para alívio do sentimento de vazio, para proscrastinar evitar outras responsabilidades, para preecher um vazio, para se sentirem enérgicas, punidas ou recompensadas.
De acordo com Bouça e Sampaio (2002), as doenças do comportamento alimentar devem ser entendidas como doenças que reflectem a confluência entre psicológico individual, determinantes biológicos e factores sócio-culturais devendo, para tal, ser abordadas numa perspectiva multidimensional.
Segundo Cameron, Bloyde e Davis (2004), várias são as complicações médicas causadas pelas perturbações alimentares nomeadamente pelo vómito e pela sub ingestão alimentar.
O vómito pode provocar erosão permanente do esmalte dos dentes e cáries dentárias, alargamento das glândulas salivares, especialmente das parótidas, calos nas costas das mãos devido a trauma repetido causado pelos dentes na indução do vómito (sinal de Russell), roturas esofágicas e gástricas, sérios problemas cardíacos e esqueléticos e cardiopatias provocadas pelo uso regular de xarope de ipecacuanha. Testes laboratoriais demonstram, nestes pacientes, a presença de hipocalemia, alcalose hipoclorémica, hiponatremia, hipomagnesamia e de elevados níveis de serum amilase (Cameron, Bloyde e Davis, 2004). É ainda referido a presença de anemia, , hipoglicémia,
A sub ingestão alimentar provoca: emagrecimento, amenorreia, infertilidade, atrofia do sistema reprodutivo, obstipação, dor abdominal, intolerância ao frio, letargia, bradicardia, hipotensão, arritmias cardíacas, falhas cardíacas, lanugo, edema periférico, miopatia proximal, perda de tecido muscular, osteoporose, fracturas ósseas, crises, enfraquecimento cognitivo e depressão. Testes laboratoriais demonstram funções vitais anormais, desidratação, diminuição de cortisol e da hormona de crescimento, T3, FSH e LH reduzidos, hipercolesterolemia, hipoglicémia, hipercarotemia, anemia normocitica e leucopenia (Cameron, Bloyde e Davis, 2004).

Bibliografia

Appolinário, J.C. & Claudino, A.M. (2000). Transtornos Alimentares. Revista Brasileira Psiquiátrica, 22: 28-31.

Bouça, D. & Sampaio, D. (2002). Avaliação Clínica nas Doenças do Comportamento Alimentar. Revista Portuguesa de Psicossomática, 4: 121-133.

Cameron, A., Bloyde, D. e Davis, S. (2004). Psychiatry. 2ª edição. Espanha: Elsevier Science Limited.


Hewitt, P. L., Flett, G. L. & Ediger, E. (1995). Perfectionism traits and perfectionistic self-presentation in eating disorder attitudes, characteristics, and symptoms. International Journal of Eating Disorders, 18: 317-326.

Hooker, D. & Convisser, E. (1983). Women's eating problems: An analysis of a coping mechanism. Personnel and Guidance Journal, 236-239.

Johnson, N., Roberts, M. e Worell, J. (1999). Body image concerns and disordered eating in adolescencent girls: risk and protective factores. In Striegel-Moore, R.H. & Cachelin, F.M. Beyond Apperance. A New Look at Adolescence Girls. USA: APA.

Levine, M. P., Smolak, L. & Hayden, J. (1994). The relation of sociocultural factors to eating attitudes and behaviours among middle school girls. Journal of Early Adolescence, 14: 471-490

Raich, R.M. (2001). Anorexia e Bulimia. Amadora: McGraw Hill.


Saikali, C.J., Soubhia, C.S., Scalfaro, B.M. e Cordas, T.A. (2004). Imagem Corporal nos Transtornos Alimentares. Revista de Psiquiatria Clínica. 31 (4); 164-166.

Wilhelm, K.A. & Clarke, S.D. (data). Eating Disorders from a primary Care Perspective. MJA Practice Essencials, Mental Health.

sábado, outubro 20, 2007

O DESPORTO E AS BASES DE UMA SOCIEDADE EVOLUIDA

Como primeiro post, decidi partilhar uma ideia muito pessoal, como vejo as sociedades modernas, as suas prioridades e como o desporto, na minha opinião, pode estar ligado directamente com as suas linhas de desenvolvimento.


O desporto moderno, basicamente como o conhecemos hoje foi “inventado”, em Inglaterra, e começou a aparecer nos seus colégios, algures no Séc. XVIII.

No séc. XVIII, na Inglaterra, principalmente nos seus colégios onde já estava praticamente implantado o Capitalismo, pela ideologia capitalista, ordem, racionalismo, competição e a iniciativa individual, foi desenvolvido um formato inédito para os jogos populares da altura, surgem então, os campeonatos entre as escolas, os clubes e federações, assim surge a competição moderna!


Ordem, racionalismo, competitividade e iniciativa individual…

Estes atributos descrevem um atleta de sucesso ou um profissional de sucesso?

O mais certo é descrever os dois.

Desde jovem, qualquer desportista tem monitores e treinadores que lhe incutem (ou deveriam incutir), ordem, racionalismo, competitividade e iniciativa individual, bem como outros valores muito importantes, ética, trabalho em equipa e responsabilidade, atributos estes que são importantes para qualquer cidadão viver com equilíbrio na sociedade em que se insere e ao mesmo tempo ser dinâmico e contribuir para o seu crescimento.


É um facto: a sociedade que tiver os melhores profissionais (Professores, Médicos, Eng.º s, Advogados, economistas, etc. …) tem a capacidade de evoluir mais rapidamente que as demais.

Embora não seja implícito (e não acontece sempre), um jovem desportista que siga todas as suas etapas, tem grandes condições para vir a ser um excelente profissional.


O crescimento económico e social Espanhol.

Na década de 80, Espanha economicamente estava ao nível de Portugal, não se notava grande diferença no nível social entre países vizinhos.

Desde então ultrapassou Portugal e actualmente é uma super potência europeia e mundial.

Mas o que aconteceu no final da década de 80 em Espanha? O que os capitulou para tais avanços económicos e sociais?


Quando Espanha recebe a noticia que em 9 de Agosto de 1992, Barcelona iria ser o palco dos Jogos Olímpicos, a sua politica e organização desportiva foi totalmente revista e reestruturada, um projecto a longo prazo começou então a ser construído, onde tudo começava na formação pessoal e desportiva dos jovens que entravam para as escolas.

Essa organização revolucionou os horários escolares, clubes de praticantes, federações, associações, infra-estruturas, etc. etc.


Actualmente o sucesso desportivo Espanhol é incontestável em todas as principais modalidades e a acompanhar esse sucesso esteve sempre o sucesso politico, económico e social do próprio país, não acho que seja coincidência, acho que é um facto e uma verdade, em Espanha como também em Inglaterra, EUA, etc., onde por exemplo, existem bolsas de estudo para os desportistas e onde o desporto pode decidir a colocação em faculdades, nesses países o desporto é uma das bases principais para o desenvolvimento cívico e económico, e os resultados estão à vista, infelizmente em Portugal ainda não é.

quarta-feira, outubro 17, 2007

Visão Sobre Alzheimer

 

Decorria o ano de 1901 quando o psiquiatra e neuropatologista alemão Aloysius "Alois" Alzheimer (Marktbreit, 14 de Junho de 1864 - Breslau, 19 de Dezembro de 1915), identificou pela primeira vez um tipo de demência que seria posteriormente baptizada, por Emil Kraepelin, como Doença de Alzheimer - DA.

A DA é comummente considerada como uma doença neurodegenerativa que, na sua forma mais comum, incide na população com faixa etária superior a 65 anos. Estima-se que, dos cerca de 24 milhões de pessoas que padecem de demência, aproximadamente 60% possuem Alzheimer.  

Segundo Smith (1999), a DA é considerada a quarta causa de morte na população idosa em países como os E.U.A e a Inglaterra, onde a esperança média de vida tem vindo a aumentar. 

Com a crescente prevalência da DA na população idosa, será interessante compreender o que é afinal esta doença. Assim, grosso modo, a DA caracteriza-se por uma deterioração cognitiva progressiva, pressupondo uma perda acentuada de faculdades em áreas como a memória, o raciocínio, o julgamento e a linguagem, entre outras, importantes na realização efectiva das actividades do dia-a-dia, e que na maioria da vezes conduz à total incapacidade do paciente. 

Assim, a progressão da doença, compreende geralmente 3 fases: 

- Num primeiro momento a pessoa parece confusa e distraída, deixando diversas vezes pensamentos por terminar ou demorando excessivamente na escolha das palavras usadas. O  paciente manifesta também de forma frequente, amnésia para acontecimentos e conversas recentes, embora recorde claramente o passado mais distante.
- Numa fase intermédia a pessoa começa a requerer mais ajuda, tornando-se mais dependente, podendo em alguns casos não reconhecer membros da família, perder-se em locais conhecidos ou esquecer-se de realizar coisas rotineiras como vestir-se e tomar banho.

- Numa etapa final, o paciente poderá perder completamente a memória, o raciocínio, e o julgamento, tornando-se depende em todas as áreas da sua vida.

Abordando o aparecimento da doença, Smith (1999) revela que a DA pode surgir através de um início insidioso (geralmente por volta dos 40 anos de idade) ou mediante um início esporádico (normalmente a partir dos 65 anos de idade) sendo, no entanto, diagnosticadas de forma semelhante independentemente do seu início.  O percurso é irreversível e poderá durar entre 5 a 10 anos, reduzindo, geralmente, em 50% a esperança de vida do sujeito.

A investigação sugere diversos factores que poderão estar implicados na génese da doença. Entre estes, os mais enfatizados são os factores genéticos como determinantes na DA, embora não através de factores hereditários, i.e., não transmissíveis de geração em geração, como postulado na Enciclopédia de Saúde (2005). Outros agentes etiológicos são também mencionados por Smith (1999), nomeadamente a "toxicidade a agentes infecciosos, ao alumínio, a radicais livres de oxigénio, a aminoácidos neurotóxicos e a ocorrência de danos em microtúbulos e proteínas associadas" (p. 4).

Actualmente, e observando um artigo publicado na revista "Nature" em 14 de Outubro de 2007, uma equipa dirigida pelo neurocientista Tony Wyss-Coray, da "Stanford University School of Medicine" - Califórnia, revela que a utilização conjunta de marcadores biológicos presentes no sangue - num total de 18 proteínas - poderá possibilitar o diagnóstico da DA através de um simples teste sanguíneo (para ler o artigo clique aqui - versão paga).

Esta nova possibilidade sugerida pela equipa de investigadores poderá representar importantes avanços ao nível do tratamento, na medida que permitirá um diagnóstico precoce que poderá traduzir-se num combate mais eficaz e eficiente à doença.  Actualmente o tratamento centra-se essencialmente no retardamento da evolução da doença, promovendo, tanto quanto possível, uma maior qualidade de vida para o paciente e sua família.  Para o concretizar recorre-se frequentemente ao tratamento farmacológico (e.g. medicamentos que inibam a acção da enzima que degrada a acetilcolina - mais informação aqui), para além de outro tipo de tratamento, mais comportamental, que se pode traduzir, p.e. na elaboração de um plano por parte de diversos profissionais de saúde (e.g. Psicólogo Clínico) que englobe, para além dos cuidados, uma terapia ocupacional, fisioterapia, nutrição, psicoterapia familiar e modificações ambientais para o paciente e respectiva família, como revela Vieira (2005).

Ao nível da prevenção, a APFADA (Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer) elaborou uma lista de dez sinais de alerta ou sintomas comuns da doença (ver aqui).

Consulta Bibliográfica:

Hayden, E. C. (2007). Blood Proteins May Diagnose Alzheimer's. retirado de http://www.nature.com/news/2007/071014/full/news.2007.162.html em 15 de Outubro de 2007

Forlenza, O. V. (2000). Transtornos Depressivos na Doença de Alzheimer: diagnóstico e tratamento. Psiquiatr, 22, 2, 87-95.

Smith, M. C. (1999). Doença de Alzheimer. Psiquiatr, 21, 3-7.

Vieira, C. P. (2005). Mal de Alzheimer. AMAGIS, 32, 2, 4-5.

Portal da Saúde. (2005). O que é a doença de Alzheimer. Ministério da Saúde

Delagarza, V.W. (2003). Pharmacologic Treatment of Alzheimer's Disease: An Update. American Family Physician, 68, 7, 1365-1372.

Graff-Radford, N.R. (2000). Alzheimer's Disease. Jacksonville Medicine

Wikipédia

terça-feira, outubro 09, 2007

Elaboração de um Curriculum Vitae

Com a rotatividade actual do mercado de emprego em Portugal, torna-se cada vez mais premente que, além de uma formação abrangente (e ao mesmo tempo especializada), os trabalhadores se vejam munidos de uma ferramenta capaz de demonstrar claramente as suas competências e experiência: o seu currículo - Curriculum Vitae.

A elaboração de um currículo pode ser um processo de alguma subjectividade e mesmo criatividade, desde que apresente elementos estritamente necessários, tais como:
  • Dados Biográficos
  • Percurso Académico
  • Experiência Profissional
  • Formação Complementar
  • Domínio de Línguas
  • Domínio de Sistemas Informáticos
  • Outras informações que o candidado considere relevantes (hobbies, experiências de vida, entre outros).
No entanto, de modo a evitar-se a total subjectividade no preenchimento de currículos (factor que pode dificultar o trabalho do profissional de Recursos Humanos quando em fase de comparação de candidatos) tem-se assistido a uma cada vez maior adesão ao Currículo no Modelo Europeu, o qual podem retirar o template neste LINK

De modo a se proceder ao preenchimento deste tipo de currículo basta seguir as instruções do lado esquerdo do documento e efectuar alterações quando necessárias.
Sempre que se demonstre ser necessário a inclusão de mais Experiência Profissional basta adicionar mais linhas que vão desde o campo Data até Tipo de Empresa ou Sector. Este raciocínio pode ser aplicado em qualquer outra zona do documento.
Outra das novidades deste tipo de currículo relaciona-se com a classificação do domínio das línguas segundo o Nível Do Quadro Europeu Comum de Referência, que pode ser encontrado neste LINK.

Existem vários aspectos a ter em conta na elaboração de currículos, tais como:

  • Seja totalmente sincero (é possível descobrir as suas lacunas num processo de entrevista)
  • Não apresente apenas as suas características mas faça-as acompanhar de situações onde estas se revelaram ou foram adquiridas.
  • Evite ao máximo informação irrelevante ou redundante.
  • Seja criativo na exposição de situações que pense serem relevantes para a sua "distinção".
  • Procure pormenores na sua vida (organização de eventos, tarefas levadas a cabo, etc) que possam demonstrar aspectos como autonomia, liderança, criatividade, etc.
De uma forma muito geral esta exposição demonstra ao leitor como elaborar o seu currículo.
Não se esqueça de, quando finalizado, o rever várias vezes à procura de erros ortográficos ou de qualquer outra ordem. Quando acabar esse processo mostre-o aos seus amigos ou pessoas mais próximas para eles próprios reverem e fazerem uma análise crítica.
Encontra-se agora pronto para o enviar e boa sorte.

quarta-feira, outubro 03, 2007

Apnéia Do Sono

Apnéia do Sono:


Trata-se de uma perturbação grave e muito comum que, em alguns casos, pode causar a morte, sendo que é, em senso comum, muitas vezes, confundida com o denominado "ressonar".
Caracteriza-se como uma perturbação respiratória na qual ocorrem várias interrupções respiratórias durante o sono.

Apnéia deriva do grego “apnea” que significa “falta de respiração”.

Podemos identificar dois tipos principais de apnéia:

  • Apnéia central
  • Apnéia Obstrutiva

A Apnéia Central é a menos comum e ocorre quando o cérebro inibe o envio dos sinais específicos aos músculos respiratórios, ocorrendo assim uma falha na respiração.

A Apnéia Obstrutiva é a mais comum na população, ocorrendo na existência de uma obstrução na garganta, obstruindo a entrada e saída de oxigénio, forçando o indivíduo a uma respiração mais cansativa.

Durante uma noite normativa o individuo que padece de Apnéia do Sono sofre em média 30 ou mais interrupções respiratórias sendo acompanhadas regularmente de roncos, não havendo, no entanto relação directa já que nem todos os indivíduos que roncam possuem essa doença.

Possíveis Causas Da Apnéia Do Sono:
  • Em alguns indivíduos, o relaxamento dos músculos da garganta e da língua bloqueiam parcialmente a via respiratória, tornando a respiração mais ruidosa e difícil.
  • Em pessoas obesas, a existência excessiva de tecido adiposo na via respiratória provoca dificuldades respiratórias.