Decorria o ano de 1901 quando o psiquiatra e neuropatologista alemão Aloysius "Alois" Alzheimer (Marktbreit, 14 de Junho de 1864 - Breslau, 19 de Dezembro de 1915), identificou pela primeira vez um tipo de demência que seria posteriormente baptizada, por Emil Kraepelin, como Doença de Alzheimer - DA.
A DA é comummente considerada como uma doença neurodegenerativa que, na sua forma mais comum, incide na população com faixa etária superior a 65 anos. Estima-se que, dos cerca de 24 milhões de pessoas que padecem de demência, aproximadamente 60% possuem Alzheimer.
Segundo Smith (1999), a DA é considerada a quarta causa de morte na população idosa em países como os E.U.A e a Inglaterra, onde a esperança média de vida tem vindo a aumentar.
Com a crescente prevalência da DA na população idosa, será interessante compreender o que é afinal esta doença. Assim, grosso modo, a DA caracteriza-se por uma deterioração cognitiva progressiva, pressupondo uma perda acentuada de faculdades em áreas como a memória, o raciocínio, o julgamento e a linguagem, entre outras, importantes na realização efectiva das actividades do dia-a-dia, e que na maioria da vezes conduz à total incapacidade do paciente.
- Num primeiro momento a pessoa parece confusa e distraída, deixando diversas vezes pensamentos por terminar ou demorando excessivamente na escolha das palavras usadas. O paciente manifesta também de forma frequente, amnésia para acontecimentos e conversas recentes, embora recorde claramente o passado mais distante.
Abordando o aparecimento da doença, Smith (1999) revela que a DA pode surgir através de um início insidioso (geralmente por volta dos 40 anos de idade) ou mediante um início esporádico (normalmente a partir dos 65 anos de idade) sendo, no entanto, diagnosticadas de forma semelhante independentemente do seu início. O percurso é irreversível e poderá durar entre 5 a 10 anos, reduzindo, geralmente, em 50% a esperança de vida do sujeito.
- Numa fase intermédia a pessoa começa a requerer mais ajuda, tornando-se mais dependente, podendo em alguns casos não reconhecer membros da família, perder-se em locais conhecidos ou esquecer-se de realizar coisas rotineiras como vestir-se e tomar banho.
- Numa etapa final, o paciente poderá perder completamente a memória, o raciocínio, e o julgamento, tornando-se depende em todas as áreas da sua vida.
Abordando o aparecimento da doença, Smith (1999) revela que a DA pode surgir através de um início insidioso (geralmente por volta dos 40 anos de idade) ou mediante um início esporádico (normalmente a partir dos 65 anos de idade) sendo, no entanto, diagnosticadas de forma semelhante independentemente do seu início. O percurso é irreversível e poderá durar entre 5 a 10 anos, reduzindo, geralmente, em 50% a esperança de vida do sujeito.
A investigação sugere diversos factores que poderão estar implicados na génese da doença. Entre estes, os mais enfatizados são os factores genéticos como determinantes na DA, embora não através de factores hereditários, i.e., não transmissíveis de geração em geração, como postulado na Enciclopédia de Saúde (2005). Outros agentes etiológicos são também mencionados por Smith (1999), nomeadamente a "toxicidade a agentes infecciosos, ao alumínio, a radicais livres de oxigénio, a aminoácidos neurotóxicos e a ocorrência de danos em microtúbulos e proteínas associadas" (p. 4).
Actualmente, e observando um artigo publicado na revista "Nature" em 14 de Outubro de 2007, uma equipa dirigida pelo neurocientista Tony Wyss-Coray, da "Stanford University School of Medicine" - Califórnia, revela que a utilização conjunta de marcadores biológicos presentes no sangue - num total de 18 proteínas - poderá possibilitar o diagnóstico da DA através de um simples teste sanguíneo (para ler o artigo clique aqui - versão paga).
Esta nova possibilidade sugerida pela equipa de investigadores poderá representar importantes avanços ao nível do tratamento, na medida que permitirá um diagnóstico precoce que poderá traduzir-se num combate mais eficaz e eficiente à doença. Actualmente o tratamento centra-se essencialmente no retardamento da evolução da doença, promovendo, tanto quanto possível, uma maior qualidade de vida para o paciente e sua família. Para o concretizar recorre-se frequentemente ao tratamento farmacológico (e.g. medicamentos que inibam a acção da enzima que degrada a acetilcolina - mais informação aqui), para além de outro tipo de tratamento, mais comportamental, que se pode traduzir, p.e. na elaboração de um plano por parte de diversos profissionais de saúde (e.g. Psicólogo Clínico) que englobe, para além dos cuidados, uma terapia ocupacional, fisioterapia, nutrição, psicoterapia familiar e modificações ambientais para o paciente e respectiva família, como revela Vieira (2005).
Ao nível da prevenção, a APFADA (Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer) elaborou uma lista de dez sinais de alerta ou sintomas comuns da doença (ver aqui).
Consulta Bibliográfica:
Consulta Bibliográfica:
Hayden, E. C. (2007). Blood Proteins May Diagnose Alzheimer's. retirado de http://www.nature.com/news/2007/071014/full/news.2007.162.html em 15 de Outubro de 2007
Forlenza, O. V. (2000). Transtornos Depressivos na Doença de Alzheimer: diagnóstico e tratamento. Psiquiatr, 22, 2, 87-95.
Smith, M. C. (1999). Doença de Alzheimer. Psiquiatr, 21, 3-7.
Vieira, C. P. (2005). Mal de Alzheimer. AMAGIS, 32, 2, 4-5.
Portal da Saúde. (2005). O que é a doença de Alzheimer. Ministério da Saúde
Delagarza, V.W. (2003). Pharmacologic Treatment of Alzheimer's Disease: An Update. American Family Physician, 68, 7, 1365-1372.
Graff-Radford, N.R. (2000). Alzheimer's Disease. Jacksonville Medicine
Wikipédia
2 comentários:
Desde já os meus parabéns a tão explícita escrita acerca da doença de Alzheimer, que infelizmente para muitos de nós (directa ou indirectamente) é uma realidade com a qual lidamos todos os dias... Sou Psicóloga Clínica e da Saúde, a desenvolver especialização na área da Neuropsicologia, em que investigo e lido de muito perto com esta população de doentes. Para mim é extremamente gratificante saber que cada vez mais profissionais de todas as áreas se interessam, falam e escrevem para alertarem todas as outras pessoas.
Obrigada por isso!
Gostaria somente de felicitar toda a equipa pelo excelente blog e dizer que se necessitarem de alguém para escrever sobre a neuropsicologia, podem contar...
Continuação de um excelente trabalho!!!
Excelente este post! Bem escrito.. bastante informativo.
Resolvi blogar novamente... quando tenho tempo.
Visite http://saudementalemidia.blogspot.com
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