sexta-feira, setembro 28, 2007

Défice de Atenção e Hiperactividade

A síndroma de Défice de Atenção e Hiperactividade pode ocorrer em 3% a 20% das crianças em idade escolar, sendo os rapazes 4 a 9 vezes mais afectados que as raparigas. Actualmente, a maior exigência e as elevadas expectativas no desempenho escolar levam a um maior número de diagnósticos.
As manifestações clínicas da síndroma de Défice de Atenção e Hiperactividade podem ser muito precoces, mas é na escola que as alterações da atenção e a excessiva actividade das crianças afectadas constituem um problema sério.

Nas crianças com Défice de Atenção e Hiperactividade as alterações do comportamento são a falta de atenção, a hiperactividade e a impulsividade.
A falta de atenção manifesta-se pela incapacidade de as crianças se manterem atentas. As crianças evitam tarefas que requeiram concentração, distraem-se facilmente e parecem não escutar. A dificuldade de concentração está sempre presente nesta síndroma.
A hiperactividade resulta na impossibilidade do controlo da actividade e dos impulsos em situações em que o controlo é fundamental, nomeadamente na escola. Perturbam as aulas, respondem antes de ser completada a pergunta, interrompem os colegas, não aguardam a sua vez, mudam constantemente de actividade evitando actividades que exijam um esforço mental continuado, não prestam atenção a detalhes, não terminam o que começam, perdem coisas importantes, não se lembram de sua refeição da manhã e não se mantêm sentados remexendo as mãos e os pés quando sentados. A hiperactividade é a principal característica desta síndroma que, quando associada à impulsividade é particularmente problemática, levando por vezes a acidentes pessoais.
As crianças com Défice de Atenção e Hiperactividade são geralmente desorganizadas, desajeitadas, sem habilidade para o desporto, com um aproveitamento escolar irregular e pouco sociais, o que leva a uma baixa auto-estima.

A causa desta perturbação neurocomportamental ainda não é conhecida. Vários estudos, no entanto, apontam para uma base genética pois há maior risco de incidência em irmãos e é frequente existir um familiar próximo também afectado, geralmente o pai, nas famílias de crianças com este diagnóstico. Poderá surgir também devido a problemas durante a gravidez ou no parto.
O diagnóstico é essencialmente clínico e baseado em critérios comportamentais. Os sintomas descritos – falta de atenção, hiperactividade e impulsividade - devem existir há mais de seis meses, ter-se iniciado antes dos sete anos de idade e manifestar-se em diferentes circunstâncias, nomeadamente em casa e na escola. O termo hiperactividade tem sido popularizado e muitas crianças rotuladas erradamente. É preciso cuidado ao se caracterizar uma criança como portadora de Défice de atenção ou hiperactividade. Somente um médico (preferencialmente psiquiatra) ou psicólogo especializados podem confirmar a suspeita de outros especialistas como por exemplo os educadores das crianças.
É sempre necessário verificar se existem doenças associadas, nomeadamente da visão e da audição. Para estabelecer o diagnóstico devem ainda ser excluídas questões relacionadas com a idade e o sexo e ainda com as características temperamentais da criança.
Após o diagnóstico são necessários o esclarecimento e aconselhamento adequado da criança, dos pais e dos professores. É fundamental que todos entendam esta alteração de comportamento como um problema de saúde da criança e não como um problema de disciplina. Esta atitude é o passo mais importante para uma evolução favorável. Em casa e na escola todos devem assumir uma atitude positiva valorizando os comportamentos adequados e evitando as críticas sistemáticas.

Na sala de aula o aluno deve estar na primeira fila, deve ser reduzido o número de alunos da turma e deve ser proporcionado apoio educativo individualizado. Devem adaptar-se as actividades escolares ao tempo de concentração do aluno, incentivando-o a participar nas tarefas escolares.

Existe benefício na utilização de medicação na melhoria da atenção e na redução da hiperactividade e impulsividade. No entanto a medicação nunca é a primeira opção de tratamento, devendo ser sempre usada em associação com as alterações da rotina escolar, da estrutura das aulas e da atitude perante a criança, evitando o stress e promovendo a auto-estima.

Os objectivos do tratamento das crianças com Défice de Atenção e Hiperactividade são a melhoria da aprendizagem e do rendimento escolar. A evolução é habitualmente favorável quando a criança é bem acompanhada e apoiada.

domingo, setembro 16, 2007

Recrutamento

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