terça-feira, janeiro 18, 2005

O Sono

O sono é provavelmente uma das funções mais menosprezadas no ser humano e da qual o cidadão comum mais desconhece. O que está incutido no ser humano comum é de que o sono é um "shutdown" (desligar) do corpo e do cérebro, mas não é o caso. Este é o primeiro de alguns posts dedicados ao sono. Este irá abordar os estádios do sono.

Sono Non-REM
O sono NREM é o momento em que o corpo e o cérebro actuam exactamente como, em senso comum, é considerado o sono: a maioria dos músculos relaxa e as ondas cerebrais associadas com o estado de alerta desaparecem e são substituídas por uma crescente lentidão e aprofundamento de ondas de inactividade.
O sono NREM contribui para, em média, 70% do total de tempo de sono de um jovem adulto.Existem 4 estádios do sono NREM:

Estádio 1
  • A transição do estado de alerta para o sono ocorre dentro de minutos depois do surgimento de SREM.
  • O indivíduo encontra-se menos consciente dos estímulos que o rodeiam, mais relaxado, o ritmo respiratório assume uma característica regular e mais espaçado. É possível notar se o fenómeno SREM.
  • O indivíduo pode sofrer de experiências hipnogógicas durante este momento – sensações de queda, audição de vozes e possível visão de flashes ou imagens.São necessários de 5 a 10 minutos para proceder ao estádio seguinte
  • Este estádio contribui para cerca de 5% do tempo total de sono.

Estádio 2

  • Este estádio é o primeiro de verdadeiro sono e contribui para 50% do tempo total de sono.
  • O indivíduo encontra-se ainda menos consciente dos estímulos que o rodeiam, sendo este estádio caracterizado como “sono leve” dado que os indivíduos são facilmente acordados durante este período.
  • Estádio 1 e 2 são denominados estádios de sono transacionais. São necessários aproximadamente 30 minutos para completar estes dois estádios e iniciar o terceiro estádio.
  • As ondas cerebrais caracterizam-se por baixa voltagem e freqüência mista. Este estádio é caracterizado por “picos e Complexos-K” visíveis no monitor do EEG.

Estádio 3 e 4:

  • Também denominados Slow Wave Deep.
  • Estado de elevação relaxação, ritmo cardíaco baixo e regular assim como o ritmo respiratório.
  • Dificuldade elevada em acordar um indivíduo durante este período. Quando acordado o indivíduo encontra-se confuso e com dificuldades na velocidade de reacção sendo relativamente fácil a continuidade do sono.
  • Durante este período a hormona de crescimento é segregada. Possui um efeito de crescimento nas crianças enquanto que nos adultos cumpre a função de revitalização dos músculos.
  • Um jovem adulto saudável dispende cerca de 7% do tempo total de sono no estádio 3 e 11% no estádio 4.

REM (Rapid Eye Movement):

  • Durante este estádio, os olhos do indivíduo movem-se com grande rapidez enquanto as suas pálpebras se encontram fechadas.
  • O leitor do EMG (ElectroMioGrama) não regista sinais durante este período, denotando uma paralização muscular nesta fase.
  • Esta paralização temporária inclui os músculos respiratórios à excepção do diafragma.
  • A corrente sanguínea para o cérebro aumenta também neste período.
  • É durante este momento que o ser humano sonha.

Estes estádios de sono NREM e REM fazem parte de um ciclo, que toma a ordem anteriormente descrita. O ser humano possui vários momentos de sono REM numa só noite que se vão intercalado com momentos de sono profundo, sendo estes cada vez mais raros até ao momento de despertar, sendo substituídos por momentos de sono leve.

Visto num electroencefalograma é um constante alternar de frequências de ondas cerebrais, identificando no sono REM ondas em tudo similares aos padrões demonstrados quando estamos acordados. A função do sono no ser humano ainda não se encontra totalmente desvendada, no entanto tem havido enormes progressos nos últimos anos.

A Culpa

A "Culpa" é o flagelo do ser humano, pois se acompanha, sempre, de auto-depreciação e auto-agressão. O culpado se sente desprezível e, mesmo pedindo perdão, reclama um castigo: "eu mereço, eu mereço". A punição pode vir do outro ou de si mesmo, o que alimenta a auto-agressão: às vezes explícita, quase sempre sub-reptícia, inconsciente (esquecimentos, adoecimentos, provocações que desencadeiam problemas, etc.).
Freud chega a colocar a culpa como um dos alicerces das neuroses, construído implacavelmente pelo que chamou de SuperEgo ("aquilo que está acima do eu"). Os sintomas neuróticos (ansiedade, angústia, obsessões) seriam manifestações dos desejos recalcados, escondidos, proibidos, intoleráveis ao Ideal que construímos para nós mesmos e, por isso mesmo, inconscientes.
Para a Psiquiatria, quem não experimenta culpa, não se arrepende dos mal-feitos, é um "psicopata", um "sociopata", um portador de "Transtorno de Personalidade Anti-Social".
Ou seja, apesar de tudo, ainda é mais saudável ter capacidade de sentir culpa e experimentá-la, /razoavelmente/... Para minimizar o próprio sofrimento, entretanto, tendemos a "jogar a
culpa no outro", "achar um culpado". Se dermos crédito ao Gênesis, tudo começou lá no Jardim do Éden, quando o Criador pegou Adão no flagra: "- Não foi culpa minha, Senhor, foi a Eva que me deu a maçã". Eva: "- Eu não! Eu não! foi a serpente..."
Lembram-se da fábula? Ao invés de assumir sua própria natureza, e devorar logo o cordeirinho, o lobo o acusa de sujar a água. "- Como? bebo abaixo de você, seu lobo!"Mas a fera ainda insiste: "- Se não foi você, foi seu pai". Hhac! Papou o inocente, mas liberou-se da culpa.
O mau aluno não resiste. Diante do fracasso, culpa o mestre: "- O fdp daquele professor me marcou, não sabe dar aulas e, ainda por cima, fez questões sobre o que não ensinou!"
E o cidadão, esquecendo-se de que votou (mal): "- A culpa é do governo!"


Conclusão: aqui estamos, neste vale de lágrimas, cavando o sustento com o suor de nossos corpos e parindo na dor... Bom, mas a culpa, mesmo, é do capeta. Ô diabo, sô!


Enviado por Cláudio Costa (http://prascabecas.blogspot.com) - Psiquiatra, Psicanalista e blogueiro.

Osteoporose

A Osteoporose é a doença óssea metabólica mais frequente. Consiste num estado de diminuição da massa óssea por unidade de volume (densidade) do osso normalmente mineralizado

Como se desenvolve a Osteoporose?

O osso vivo nunca está metabolicamente em repouso, remodelando-se e reajustando o seu depósito mineral ao longo das linhas de tensão mecânica.
Quando há alterações no equilíbrio entre a formação e destruição óssea, verificam-se anomalias qualitativas e quantitativas no osso que comprometem a sua resistência e aumentam o risco de fracturas.




Classificação:

- Osteoporose pós-menopausa (as mulheres sofrem uma queda intensa de estrogénios circulantes quando atingem a menopausa, provocando grandes alterações na remodelação óssea).
- Osteoporose senil (processo lento de perda de massa óssea relacionada com a idade)
- Osteoporose idiopática (rara):

Juvenil – manifesta-se no final da infância ou no início da adolescência e caracteriza-se por uma fragilidade do esqueleto axial. Pode haver uma remissão espontânea da doença, mas os doentes não conseguem desenvolver uma massa óssea normal na idade adulta.
Adulto – atinge preferencialmente os homens de meia-idade.

Factores de Risco:

A massa óssea do adulto (quando é atingida a maturidade óssea) reflecte a acumulação de tecido ósseo ocorrido durante o crescimento. Parece chegar ao limite máximo por volta dos 17 anos de idade, podendo estender-se até aos 30 anos.
Existem factores predisponentes da osteoporose que induzem a um baixo pico de massa óssea ou que são responsáveis por perda excessiva ou baixa produção.

Raça e Hereditariedade

A incidência da osteoporose varia segundo a raça. Os negros têm maior densidade de massa óssea que os caucasianos e os orientais.
Embora ainda mal compreendida, a capacidade de formar, destruir e manter tecido ósseo está dependente de factores genéticos.

Nutrição

Um suprimento de cálcio adequado, assim como de proteínas e vitamina C, é muito importante não só para manter, mas também para a aquisição da massa óssea normal.
As necessidades de cálcio aumentam com a idade, pelo que é imprescindível aumentar a ingestão de cálcio durante a vida.
O alcoolismo e a anorexia nervosa são também factores predisponentes da osteoporose.

Endócrinos

Alterações endócrinas e metabólicas influenciam o desenvolvimento da osteoporose.

Actividade Física

A tensão mecânica do peso do corpo constitui o principal factor exógeno que actua sobre o desenvolvimento e remodelação óssea. Um indivíduo sedentário tem um risco acrescido de se tornar osteoporótico, que outro que mantenha uma vida activa e pratique regularmente exercícios que envolvam o suporte do próprio corpo – só o movimento não protege, é necessário carga.
Os astronautas quando no espaço, têm perdas substanciais de massa esquelética e muscular, apesar de praticarem actividade física intensa, isto porque os seus corpos não estão submetidos à tensão mecânica do peso do corpo dada pela gravidade.

Imobilização

A imobilização de um membro (gesso, ortótese ou tala) e o repouso prolongado são causas frequentes de osteoporose. Nas lesões medulares (paraplegia e tetraplegia) a perda de massa óssea é rápida e acentuada.

Medicamentosos

Muitos dos hormónios naturais usados na farmacologia podem causar alterações do metabolismo ósseo.
Por exemplo, a administração prolongada de heparina (que é utilizado no tratamento de tromboses) pode contribuir para uma osteopénia.

Outras Causas

Doenças Crónicas (artrite reumatóide, cirrose, sarcoidose, acidose tubular renal).
Tumores da medula óssea (mieloma, linfoma, leucemia, mastocitose).
Tabagismo (associado a outros factores).

Sintomas

O sintoma clínico mais comum é a dorsalgia causada por uma fractura por compressão do corpo vertebral.No entanto a fractura do colo do fémur ou da extremidade distal do rádio, como consequência de traumatismo ligeiro ou por vezes sem traumatismo, é o primeiro sintoma da doença, nas formas mais graves.







Tratamento

- Prevenção - manutenção da massa óssea e da sua integridade.
- Tratamento da doença e suas sequelas

(a prevenção é mais eficaz que o tratamento)

PREVENÇÃO

- Alcançar a máxima densidade óssea, geneticamente possível, antes da maturidade óssea:
Nutrição correcta;
Actividade física adequada a cada indivíduo;
Redução dos factores de risco (álcool, tabaco, imobilização, ...)
- Continuar na idade adulta com esses hábitos
- Aumentar a ingestão de cálcio durante a vida
- Administração de estrógeneos ou calcitonina na menopausa, em doentes de risco.

TRATAMENTO (Princípios gerais da intervenção do Fisioterapeuta)

- Alívio da dor.
- Suporte mecânico para a coluna (ortótese), se necessário (não agravamento da cifose ou para estabilização da coluna no caso de fractura).
- Exercícios respiratórios (pode haver alguma insuficiência respiratória causada nos doentes com cifoses acentuadas).
- Programa de exercícios activos ou activo resistidos, se possível, adaptado a cada doente. Tem como objectivo manter ou restaurar a capacidade física do doente, e em particular o estado da musculatura dos membros inferiores e o controle postural.
- Prevenção de quedas. Implica uma abordagem multidisciplinar, uma vez que a queda é multifactorial (ajustamento do tratamento medicamentose, tratamento de patologias associadas que favorecem a queda, etc).

Artigo baseado na disciplina de Fisioterapia em condições neuro-múculo-esqueléticas ESS-IPS).

Para uma informação mais detalhada: ABC da Saúde - Osteoporose

terça-feira, janeiro 11, 2005

Aviso

Devido a problemas técnicos todo e qualquer e-mail enviado no periodo de 28/12/2004 a 10/01/2005 não foi recebido, agradecendo a equipa que caso algum leitor tenha contribuido com algum artigo ou enviado qualquer tipo de texto que o repita. Obrigado.