quarta-feira, março 30, 2005
O Tabagismo
terça-feira, março 15, 2005
A vida em cena
A arte de bem viver está na proporção direta da capacidade de desempenharmos bem os diversos papéis que a vida nos exige.
Que é isso, representar papéis?
A palavra “papel” tem sua origem no antigo teatro, quando os atores decoravam o texto que vinha escrito em pergaminhos, enrolados em bastões. Enquanto atuavam no palco, um leitor ia desenrolando o rolo do texto e “assoprava” as falas aos atores, como hoje se faz com o que se chama “ponto”. Este “rolo”, em francês, se diz “rôle”; em inglês, “role”, donde a expressão: to play a role = desempenhar um papel, atuar.
Tanto no palco quanto na vida real, a qualidade está na espontaneidade. Acontece que, ao longo da vida, seja pelo processo educacional seja pela repressão social a que somos submetidos, seja pelas neuroses pessoais, vamos reduzindo a nossa capacidade de ser espontâneos. Incorporamos certos padrões de comportamento, cristalizando reações e modelos de funcionamento que acabam não sendo adequadas para as complexas exigências da vida. A rigidez de posições – o inverso da espontaneidade – dificulta ou impede o bom relacionamento interpessoal e nos faz sofrer. A nós e a quem nos cerca.
Para lidar com este tão funesto destino, uma das técnicas que utilizo, em meu trabalho como psicoterapeuta é o Psicodrama.
Psicodrama é uma técnica psicoterápica que tem raízes no teatro, na psicologia e na sociologia. Em termos teóricos, sua constituição se deu a partir da prática, na medida em que JACÓ LEVY MORENO (1892-1974) e seus seguidores intentaram formalizar.
O ponto básico do Psicodrama é a "dramatização" ou "representação":
A representação se faz com vários atores, daí o Psicodrama se caracterizar como uma técnica grupal, onde não mais é o indivíduo isolado que dramatiza, mas um grupo que expressa suas inter-relações.
Uma sessão de Psicodrama obedece, basicamente, ao seguinte plano:
- aquecimento: momento de fusão grupal, o warming up se constitui como a situação propiciadora para surgimento de um tema e da construção de um enredo sobre o qual se improvisará a representação;
- representação: é o momento mais importante da sessão, uma vez que a improvisação colocará o "ator" diante de sua própria "produção": falas, gestos, atitudes, indecisões, atos falhos (que, sob o enfoque psicanalítico, são manifestações do inconsciente), etc;
- comentários: na "volta-ao-grupo", os participantes e o terapeuta tecem considerações sobre o vivido. Cada participante tem a oportunidade de se expressar como se sentiu, como percebeu os colegas, que tipo de percepção nova obteve. Eventualmente, o terapeuta agrega algum comentário sobre o acontecido.
Há variedade quanto às formas de se desenrolar cada uma destas etapas. O importante é permitir o afloramento do Inconsciente e que os atores (protagonistas e antagonistas) se deixem levar pela espontaneidade e possam se deparar com a reconstrução simbólica possível (re-significação): o sujeito, ao nos propor um tema, nos propõe uma metáfora e uma pergunta "- Quem sou eu, sob a pele deste personagem? Quem emerge? Que quero eu?".
Na sua relação com o outro, o ator se depara com a farsa e o disfarce proporcionados pela rigidez de posturas, pelas condutas habituais na vida pessoal, familiar e profissional.
Em Belo Horizonte, há um grupo que trabalha com uma modalidade interessante de Psicodrama. Chama-se VIDA EM CENA. Utilizam o playback theatre, que é uma técnica especial: consiste em solicitar aos participantes de uma platéia que narrem histórias pessoais vividas. A seguir, o próprio grupo de atores improvisa um pequeno sketch, uma pequena dramatização, na qual realçam certos temas e sentimentos percebidos na narrativa.
É uma prática lúdica, interativa, desencadeia emoções e proporciona insights interessantes tanto ao protagonista – criador da história – quanto à platéia. Aplica-se como técnica de dinâmica de grupos em empresas, universidades, equipes de trabalho, etc.
Enviado por Cláudio Costa (http://prascabecas.blogspot.com) - Psiquiatra, Psicanalista e blogueiro
sexta-feira, março 04, 2005
Ritmo Circadiano
O “relógio” que processa e monitoriza todos estes processos encontra-se localizado numa área cerebral denominada núcleo supraquiasmático, localizado dentro do hipotálamo na base do cérebro e acima das glândulas pituitárias. A glândula pituitária é conhecida como a glândula “mestre” já que é esta que controla a sintetização hormonal.
Reflexos?? Porquê? Como?
É de todos conhecido o martelo de reflexos, espécie de ex-libris do neurologista. Os melhores são compridos, flexíveis e com a superfície de percussão elástica – os martelos – sem outra utilidade que não seja a pesquisa dos reflexos miotáticos. Os reflexos miotáticos prolongam o exame motor, contribuem para esclarecer os achados do exame da força muscular. Tal como em relação à força muscular a sua avaliação serve o objectivo de localização, mas com menos importância nesse aspecto: os reflexos miotáticos são poucos, uma dúzia, sujeitos a influências fortuitas e com grandes variações dentro da normalidade. Os reflexos miotáticos são sobretudo úteis na delimitação temporal dos defeitos motores, porque têm padrões de modificação ao longo do tempo que são diferentes para lesões TL e TS (ad contrario, e se fôr conhecido o perfil temporal de um deficite, podem ser úteis para afirmar a sua natureza TL ou TS).