sexta-feira, julho 01, 2005

Personalidades II

(Continuação)


Sádica --> Sujeitos são geralmente hostis, combatentes e aparentam indiferença ou agradados pelas consequências destrutivas dos seus comportamentos abusivos e brutais.

Compulsivo --> Prudente, controlado e perfeccionista, experienciam um conflito entre hostilidade e medo de desaprovação social, tipicamente suprimindo ressentimentos pela excessiva acomodação e por colocar altas expectativas neles próprios. Os seus comportamentos disciplinados e restritivos criam intensos, e escondidos, sentimentos contrários que resultam numa elevada passividade demonstrando cumplicidade social.

Negativista --> Estes indivíduos lutam entre a lealdade às suas próprias necessidades e as de outros, vacilando entre a distanciação e a obediência. Apresentam um padrão comportamental erróneo de "raiva explosiva" com períodos de culpa e/ou vergonha.

Masoquista --> Relacionando-se com os outros de uma forma obcecada e de auto-sacrifício, estas pessoas permitem, e encorajam, que outros os explorem e tomem vantagem deles. Focando-se nas suas piores características, a maioria aceita que devem ser humilhados e submissos.

E aqui termina a referência às 11 tipologias clínicas de personalidade abordadas por Millon, de uma forma muito sucinta e global.

8 comentários:

Sara Mota disse...

Acho que essa do masoquista pode ser aplicado em muita gente... infelizmente!


Continuo achar este blog interessantíssimo! :)*

carla susana disse...

Muito sinceramente revejo-me em todas as personalidas, terei algum problema de multi-personalidade? Realmente a minha rica mãezinha sempre me disse, Carla Susana, tens q ir á missa para seres uma linda menina, mas eu nunca fui muito católica.
Agora a sério gostei do teu blog, mt interessante.

Anónimo disse...

Ao autor do post

Esquizóide, Evitante, Depressivo, Dependente, Histriónico, Narcisista, Antisocial, Sádico, Compulsivo, Negativista e Masoquista.

Se estes são 11 padrões clínicos de personalidade patológica, como percebi, deveremos mergulhar numa pesquisa cheia de ignorância (ou melhor, sem conhecimentos profissionais) para desbravar aquilo que não entenderemos e para, inutilmente, tentar descobrir os nossos telhados de vidro e os dos outros?

Mas se estes são padrões clínicos de uma personalidade comum, poderemos dizer que todos nós transportamos um pouco de cada um ou de alguns dos 11 padrões, num ciclo infernal e inexorável de comportamentos doentios?

Luis Pereira disse...

Rui Borges
Primeiro que tudo obrigado por comentar e colocar questões de elevada pertinência. Estas são personalidades patológicas sim, quando atingem um determinado nível de gravidade claramente explicitado no DSM-IV (http://www.psicologia.com.pt/instrumentos/dsm_cid/dsm.php versão online). De referir que, segundo a minha opinião, quando iniciamos uma pesquisa um dos objectivos é o de colmatar essa mesma ignorância que referiu, e se tivermos a capacidade de descobrir os nossos próprios telhados de vidro será que não vamos tomar medidas para tornar esse vidro mais resistente e duradouro? Será que se descobrirmos os telhados de vidro dos outros não adoptaremos medidas mais funcionais e proactivas de lidar com esses mesmos indivíduos?
Existe uma distinção entre o que se torna patológico e o que é comum e essa mesma distinção reside na gravidade da sintomatologia e comportamentos manifestados. Isto é algo que aparenta ser banal mas em acentuados extremos o sujeito apresenta claramente comportamentos disfuncionais que o incapacitam no seu quotidiano e/ou afectam todo o environment social que o rodeia.
Mas sim, pela minha opinião, todos apresentamos traços característicos inerentes a estes padrões de personalidade.
Quero também agradecer à amigateatro, á carla susana e ao jg (pode "roubar" todos os posts que desejar) por comentar.

Anónimo disse...

Dr Luís Pereira

Agradeço muito a sua explicação.

Dado que o teor do post se refere a personalidades patológicas quando atingem um determinado nível de gravidade, seria prudente explicitá-lo mais.

Receio que um curioso (não expert) se lembre de tentar divulgar um resumo do post e qualquer amador venha a iniciar pelos seus próprios meios uma pesquisa para colmatar a sua (natural) ignorância, pensando adquirir, com esta breve leitura, a capacidade para descobrir além dos seus próprios telhados de vidro, os do próximo.

Entretanto, seria bom que cada um cuidasse dos seus neurónios, adoptando medidas funcionais e proactivas, mas desde que acompanhado por especialistas na matéria.

Como diz, se existe uma distinção entre o que se torna patológico e o que é comum, e essa mesma distinção reside na gravidade da sintomatologia e comportamentos manifestados, será que não temos a tentação permanente de descobrir o mal dos outros e ignorar o nosso?

Parabéns pelo interesse do vosso blog

Anónimo disse...

Relativamente ao que disse no post anterior, quanto ao facto do seu artigo se referir a personalidades patológicas quando atingem um determinado nível de gravidade, e de ser prudente explicitar melhor esta classificação - venho pedir-lhe que recomende a quem citou este artigo, que tenha em atenção este facto para que os incautos não se sintam falsamente alertados.

Billroth,MD disse...

Ola Luis.

Certamente, é possivel retirar algumas noções básicas acerca dos traços inerentes a cada tipo de personalidade.

Acima de tudo deve alertar-se que os critérios presentes no DSM-IV (tal como no anterior) referem os critérios que permitem o diagnóstico dos vários distúrbios da personalidade. Importa referir que os critérios são objectivos e é necessário que estejam presentes vários dos critérios definidos(normalmente cerca de 4). Só assim se pode diagnosticar qualquer destes distúrbios da personalidade.

Além disto estes distúrbios da personalidade são englobados em 3 clusters - Tipo A, B e C; respectivamente os bizarros, impulsivos e os ansiosos.

É necessário abordar o conhecimento com alguma prudência para evitar conflitos.

Ainda assim, MUITOS PARABÉNS PELA INICIATiVA

Billroth,MD disse...

Ainda acerca das personalidades:

É importante que exista conhecimento destes distúrbios, mas mais importantes é que o diagnóstico seja efectuado (quer pelo médico Psiquiatra ou pelo Psicólogo). Desta forma poderá, através da terapêutica adequada, melhorar-se o sofrimento próprio e alheio que tais distúrbios acabam por causar - por vezes muito graves. Alguns destes distúrbios necessitam inclusivé que o Psiquiatra prescreva neurolépticos ou outros psicofármacos, tal é a gravidade que representam - essencialmente nos anti-sociais (antigo psicopata) e nos borderline.

Por último referir apenas que, preocupantemente, é cada vez maior o número de diagnósticos de distúrbios da personalidade do tipo borderline.