Se indagarmos pessoas acerca daquela que é a droga mais usada em Portugal talvez obtenhamos respostas como: marijuana, cocaína, heroína, álcool, mas no entanto a droga mais consumida é precisamente o café.
Entenda-se por droga toda e qualquer substância, não receitada mediante prescrição médica, susceptível de provocar alterações no organismo, sendo o café uma dessas drogas que provoca adicção/vício. Consumimos café numa simples conversa, numa simples saída como um "ritual social", tornando-se algo de tão banal que nem nos apercebemos da consequência.
Pensa-se, em senso comum, que o café é um excitador, que nos retira o sono e nos coloca mais eléctricos mas no entanto o seu método de actuação é como inibidor.
A cafeína é uma antagonista da adenosina, ou seja, inibe que a adenosina cumpra as suas funções. A adenosina por sua vez age como redutor do ritmo cardíaco, dilatando os vasos sanguíneos, redutor da pressão sanguínea, redutor da temperatura corporal, sintomas próprios de quando nos sentimos cansados, fatigados ou sonolentos. Ao bloquear esta substância sentimo-nos mais activos, com perda de sono e com forças estabelecidas. Estudos comprovam que a cafeína é capaz de aumentar a performance dos indivíduos em tarefas manuais tais como conduzir, apesar de poder diminuir a performance em tarefas que envolvam coordenação muscular complexa.
A cafeína aumenta também a concentração de dopamina, uma substância relacionada com o prazer, que suscita uma ainda maior dependência. Nos 15-45 minutos após a ingestão, a cafeína começa a actuar a nível fisiológico, atingindo o máximo efeito no sistema nervoso central entre 30 e 60 minutos após a ingestão, quando tomada excessivamente, a cafeína pode provocar tremores (ataxias), aumento da pressão arterial e do ritmo cardíaco.
Um dos efeitos mais importantes é a nível do sono pois, ao tomar cafeína consecutivamente, o organismo perde a capacidade de repousar o necessário para se reabilitar, caindo num estado de sonolência, de má disposição, de cansaço e constantes dores de cabeça provocadas pela dilatação dos vasos sanguíneos. Como consequência, o indivíduo terá carência de doses cada vez maiores para produzir o mesmo efeito, anteriormente sentido com uma dose menor (processo de habituação ou tolerância).
Os efeitos da cafeína variam de indivíduo para indivíduo, de acordo com o seu peso e com a regularidade com que ingerem cafeína, e os seus efeitos são sentidos enquanto estiver presente na corrente sanguínea.
Dores de cabeça, irritabilidade, cansaço e incapacidade de concentração são alguns dos sintomas provocados pela interrupção abrupta da ingestão de cafeína.
Normalmente só se dá conta da real adicção à cafeina no preciso momento em que se deseja parar de ingerir.
2 comentários:
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João Vasco, so Luís Pereira do http://100sensocomum.blogspot.com. Conheço bem o Diário De Uns Ateus :)
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