Estudo realizado com ressonância magnética mostra regiões cerebrais activas neste processo!
Cena de Psicose, filme de 1960 de
Alfred Hitchcock (foto: reprodução)
Pesquisadores da Universidade de Nova York descobriram como funciona o cérebro humano quando perdemos o medo de algo. Mais do que um mero esquecimento desse medo, o que ocorre é uma aquisição de conhecimento: o cérebro aprende o não-medo.
O estudo revelou pela primeira vez detalhes das regiões cerebrais mais activas neste processo. Duas áreas estão envolvidas: uma pequena estrutura chamada amígdala, que constitui a chave para aprender o medo e o seu 'esquecimento', e uma região ligada a ela, o córtex pré-frontal, provavelmente essencial para memorizar a perda do medo.
Os pesquisadores submeteram voluntários a uma experiência muito simples: eles observavam num monitor, quadrados amarelos e azuis em diferentes sequências. Em algumas aparições da figura azul, os participantes recebiam um choque aplicado por um eléctrodo.
"Os voluntários aprenderam que essa cor significava um choque em potencial, enquanto o amarelo indicava que a descarga eléctrica não ocorreria", explica o neurocientista brasileiro Mauricio Delgado, pesquisador da Universidade de Nova York. Radicado nos Estados Unidos há 17 anos, Delgado é um dos quatro autores do estudo, publicado em 16 de setembro na revista Neuron.
Antes do teste, foi permitido aos voluntários estabelecer o nível da descarga eléctrica que iriam receber para que fosse apenas desconfortável e não doloroso. Delgado explica que o medo dos quadrados azuis, associado à concretização da experiência indesejada -- o choque recebido em algumas aparições daquela figura -- activava no cérebro dos participantes a área da amígdala.
No mesmo dia em que o medo havia sido adquirido, os voluntários foram submetidos a uma nova sessão de testes -- desta vez, para avaliar como reagiam à extinção do medo. O mesmo exame foi aplicado, mas quando o quadrado azul aparecia, não havia descarga eléctrica. Uma nova sessão de testes sem qualquer choque foi realizada no dia seguinte.
O cérebro dos voluntários foi monitorado durante as sessões por um aparelho de ressonância magnética. O aumento de actividade na amígdala já era esperado pelos pesquisadores, devido ao resultado de estudos anteriores. O que surpreendeu a equipa foi o padrão de activação dessa região nos casos em que a ausência do choque era associada ao quadrado. "A amígdala codificou informações sobre o evento e alterou a resposta quando o novo dado se encontrou disponível e, assim, considerou o seu esquecimento como uma aquisição de conhecimento", afirmam os pesquisadores no artigo.
O estudo revelou pela primeira vez detalhes das regiões cerebrais mais activas neste processo. Duas áreas estão envolvidas: uma pequena estrutura chamada amígdala, que constitui a chave para aprender o medo e o seu 'esquecimento', e uma região ligada a ela, o córtex pré-frontal, provavelmente essencial para memorizar a perda do medo.
Os pesquisadores submeteram voluntários a uma experiência muito simples: eles observavam num monitor, quadrados amarelos e azuis em diferentes sequências. Em algumas aparições da figura azul, os participantes recebiam um choque aplicado por um eléctrodo.
"Os voluntários aprenderam que essa cor significava um choque em potencial, enquanto o amarelo indicava que a descarga eléctrica não ocorreria", explica o neurocientista brasileiro Mauricio Delgado, pesquisador da Universidade de Nova York. Radicado nos Estados Unidos há 17 anos, Delgado é um dos quatro autores do estudo, publicado em 16 de setembro na revista Neuron.
Antes do teste, foi permitido aos voluntários estabelecer o nível da descarga eléctrica que iriam receber para que fosse apenas desconfortável e não doloroso. Delgado explica que o medo dos quadrados azuis, associado à concretização da experiência indesejada -- o choque recebido em algumas aparições daquela figura -- activava no cérebro dos participantes a área da amígdala.
No mesmo dia em que o medo havia sido adquirido, os voluntários foram submetidos a uma nova sessão de testes -- desta vez, para avaliar como reagiam à extinção do medo. O mesmo exame foi aplicado, mas quando o quadrado azul aparecia, não havia descarga eléctrica. Uma nova sessão de testes sem qualquer choque foi realizada no dia seguinte.
O cérebro dos voluntários foi monitorado durante as sessões por um aparelho de ressonância magnética. O aumento de actividade na amígdala já era esperado pelos pesquisadores, devido ao resultado de estudos anteriores. O que surpreendeu a equipa foi o padrão de activação dessa região nos casos em que a ausência do choque era associada ao quadrado. "A amígdala codificou informações sobre o evento e alterou a resposta quando o novo dado se encontrou disponível e, assim, considerou o seu esquecimento como uma aquisição de conhecimento", afirmam os pesquisadores no artigo.
Segundo os cientistas, a actividade no córtex pré-frontal sugere que ele está associado à assimilação da extinção do medo. "Entender como o medo é adquirido é um passo importante para desenvolver tratamentos para fobias relacionadas a desordens como ansiedade e stress pós-traumático", ressalva Delgado. "No entanto, compreender como os medos são reduzidos pode ser ainda mais precioso."
Os pesquisadores destacam que os resultados podem servir de base para aperfeiçoar um modelo do mecanismo de apreensão do medo e o seu esquecimento, que permitirá avaliar se esse processo funciona da mesma forma em diferentes espécies.